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Yara Kilsztajn

Psicóloga Junguiana, especialista em Psicoterapia Corporal e Orientação Vocacional/Profissional.

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Mindfulness: o fast-food espiritual do ocidente

Vamos Falar de Meditação – Parte I

Mindfulness: o fast-food espiritual do ocidente

A meditação está na moda, a “vida saudável” está na moda. E, como quase tudo que entra na moda, seus princípios e valores reais podem ser distorcidos e usados de forma equivocada. Em alguns casos essas distorções são propositais, como numa jogada de marketing para se obter benefícios financeiros; noutros por negligencia e desconhecimento profundo do tema.

É importante ficar atento para se fazer um bom uso da meditação, que, seja ela qual for (existem diversas vertentes), vai muito além de uma técnica, é uma forma de se ver e viver a vida.

Em entrevista publicada no dia 27 de outubro de 2019, no site Visão, Ronald Purser afirmou que o mindfulness tem sido apresentado como um fast-food espiritual. Para ele, esse conceito quando é utilizado no ocidente, sobretudo no mundo empresarial, objetiva retirar a responsabilidade do estresse causado pela rotina do trabalho e pelos problemas da empresa e colocá-la no funcionário.

Para saber mais sobre a opinião desse professor de Gestão, budista, praticante de meditação e professor de Zen Dharma, continue a leitura deste artigo e entenda o motivo da sua crítica.

O que é o Mindfulness?

Purser destaca que o surgimento dessa prática aconteceu na Índia, há séculos. O propósito do mindfulness não se limita a diminuição do estresse, ele pode ser considerado uma filosofia de vida, já que o seu objetivo inclui meditação, desenvolvimento ético e moral que proporcionará sabedoria e compaixão. É uma libertação das próprias fronteiras. O contexto do mindfulness buscava reverter o sofrimento das pessoas, portanto não é algo que se resolve com uma prática diária de 03 minutos como é sugerido por alguns. Para esse professor, o que tem acontecido no ocidente é uma descontextualização do mindfulness: “[…] é apresentado como uma cura rápida e fácil para o stresse. Como uma fast-food espiritual.”.

Mindfulness nas empresas: a crítica

No tópico anterior mencionamos que o mindfulness buscava reverter o sofrimento das pessoas, então isso perpassa por identificar o que tem causado esse sofrimento. Sobre essa questão, Purser reflete no seguinte problema: como um promotor de mindfulness contratado por uma empresa ajudará os funcionários a identificar o motivo do seu estresse no ambiente de trabalho?

É nesse tema que a sua principal crítica é tecida. Esses promotores passam a individualizar os problemas empresarias retirando-os do seu contexto. Com isso, o problema passa a ser do funcionário que não sabe lidar com as questões e estresse do dia a dia.

Ronald Purser destaca isso como um problema, porque “Promove a ordem e a harmonia social dentro das empresas persuadindo as pessoas de que o stresse que sentem deve-se simplesmente à sua incapacidade de ser mindful, de controlar as suas emoções.”.

Por isso é importante estar atento: para que estou meditando? Qual o meu propósito? Qual a base espiritual-cientifica-filosófica da meditação que faço ou pretendo iniciar? Em quais princípios e propósitos ela está ancorada? Eu compartilho desses princípios? Eles fazem sentido para mim? O instrutor/facilitador dessa meditação tem formação adequada?

Vale lembrar que a psicoterapia pode trabalhar de forma integrada com a meditação, partindo de um proposito em comum: desenvolver a consciência plena.

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