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Yara Kilsztajn

Psicóloga Junguiana, especialista em Psicoterapia Corporal e Orientação Vocacional/Profissional.

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Desejos para 2020 parte 1: medo e coragem

O MEDO, A CORAGEM, A ANGÚSTIA E A LIBERDADE PARA MUDAR

Coragem para mudar, angústia e liberdade de escolha, coragem de errar

A valentia é o antídoto contra nossa sombra mais conhecida: o medo. Temos o medo da morte, da aniquilação pessoal, concreta ou simbólica (medo de ser abandonado por uma pessoa querida e isso nos aniquilar, por exemplo). E temos também a angústia, que oprime, que é o medo do erro, da culpa e do remorso.

Podemos dizer que somos seres relativamente livres, sim, temos um certo grau de liberdade, teoricamente capazes de escolhermos nosso próprio caminho e, consequentemente, estamos sempre sob o risco de escolhermos aquele que nos leva mais rapidamente ao precipício. Somos, então, constantemente ameaçados pela destruição (aniquilação), pelo fracasso (medo do erro) e pela incerteza da nossa própria liberdade.

A covardia pode ser vista como o excesso de zelo pela própria segurança, onde o indivíduo valoriza mais o conforto momentâneo do que a justiça, a vida, o crescimento, o bem comum etc.

Coragem é a capacidade de lidar com o medo e com a angústia de forma digna. A coragem evidencia nossa capacidade de controlar um dos nossos instintos mais básicos, o medo (que está ligado, biologicamente falando, ao nosso cérebro mais primitivo, o cérebro reptiliano, aquele que dividimos com os répteis, responsável por nossas necessidades mais básicas, como nossa sobrevivência). Ela pode ser usada tanto para “o bem” (colocar-se no meio de um grupo que agride violentamente um homem no meio da rua, por exemplo), quanto para “o mal” (assaltar um banco).

Como diz Voltaire, a coragem não é exatamente uma virtude, mas uma característica partilhada por grandes homens, por inconsequentes e por bandidos. Por isso, é importante que a coragem venha acompanhada, avaliada e medida pela prudência, pelo respeito e pelo bom senso.

Há a coragem altruísta (onde o indivíduo enfrenta um desafio em benefício de um outro, da comunidade) e há a coragem pessoal (onde o indivíduo enfrenta um desafio em benefício próprio). E há a confiança excessiva, uma cegueira, que faz com que o indivíduo assuma riscos inúteis e muitas vezes destrutivos, sem um proposito realmente valioso.

Há ainda aqueles que se fazem de corajosos apenas para ganhar atenção e aplausos (dos outros ou de si mesmo), sem observar e avaliar direito o que se quer e as consequências de suas ações para si mesmo e para os outros. Mas isso não é coragem, é narcisismo, imaturidade e imprudência.

E é importante lembrar ainda que aquele que nada teme não é corajoso, para ser corajoso precisa ter medo, ir apesar do medo, ir mesmo com medo. Quem nada teme não é corajoso, mas sim um louco.

Bom senso e coragem juntos são uma virtude. Virtude essa importantíssima frente ao mundo, que é, cada dia mais, cheio de incertezas e possibilidades.

Mesmo tendo coragem de fazer o que é “certo”, como teremos certeza de que estamos certos? Quantas causas, pessoais e coletivas, foram servidas com valentia e que, no final das contas, não se mostraram positivas? É impossível ter certeza. Mas é preciso, sempre e sempre, continuar, escolher, lutar, observar, reavaliar e “pausar” para, novamente, continuar. Isso é viver. A coragem é um “ato de fé”. E muitas vezes não saberemos de antemão qual o bom combate.

Continuação >> Parte 2

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