Qual o sentido do casamento nos dias de hoje

Para alguns críticos sociais, o casamento é uma instituição falida, hipócrita, restritiva e destrutiva, que só pode ser mantida por falsidade e fraude. Eu discordo!

Questões da atualidade: Casar ou não casar? Divorciar ou não divorciar?

Apesar da maioria das pessoas se casarem com grande entusiasmo e acreditando que essa união será “para todo o sempre”, em todos os países onde as leis não dificultam o divórcio, muitos casamentos são dissolvidos.

Os números assustam: enquanto a quantidade de casamentos diminui (entre 2016 e 2017, caiu 2,3%), a taxa de casais que optam pelo divórcio aumenta consideravelmente (8,3% nesse mesmo período). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção é de três casamentos para cada divórcio.

Muitos casamentos se mantem apenas por considerações puramente materialista. Um colega meu disse uma vez que “separação é para ricos”, porque separar-se gera baixas materiais muito consideráveis (dois alugueis, duas assinaturas de TV e internet etc.), que nem todos conseguem arcar. Independente do poder aquisitivo do casal, o divórcio usualmente implica num declínio no padrão de vida para ambos e para os filhos. A mesma renda, depois do divórcio, deve sustentar duas casas.

Outros casamentos se mantem por causa dos filhos, mesmo quando a relação do casal está completamente deteriorada. Isso tem mudado, ter filhos, cada vez menos, têm sido um impedimento para que os casais se separem. Prova disso, é o aumento significativo de divórcios judiciais com sentença de guarda compartilhada.

Outro fator que muitas vezes mantem os conjugues unidos é o medo da solidão e o receio de não se sentirem aptos para encontrar novos parceiros.

Mas relacionamentos são dissolvidos nas mais variadas fases do casamento e muitas vezes nos surpreendemos com o comunicado de divórcio daquele casal amigo que considerávamos muito bem resolvidos e felizes.

Mesmo com o aumento crescente da taxa de divórcio, a maioria das pessoas o sente como um fracasso, elas tinham a intenção de permanecer juntas até que a morte os separasse.

Adolf Guggenbuhl-Craig, renomado terapeuta de casal, defende que todos esses divórcios não seriam tão negativos se pudéssemos perceber alegria e felicidade genuína entre os não divorciados.

Ele diz que muitas pessoas casadas só conseguem manter a família unida com muita dificuldade, negando a si mesmo tudo que lhes é precioso. Mulheres e homens muitas vezes sacrificam suas reivindicações pessoais, culturais e profissionais em nome da profissão e do conforto do cônjuge; ou um dos parceiros se torna subserviente, não podendo expressar suas próprias opiniões na presença do outro. É comum encontrarmos pessoas casadas que, longe do seu cônjuge, apresentam-se felizes e cheias de vida, mas que, quando o parceiro está presente, tornam-se fechadas, apáticas, sem vivacidade alguma.

Encontro no mundo, a partir de experiências pessoais e profissionais, casamentos hipócritas, mas também casamentos reais (e não idealizados) em que os parceiros se criam, se constroem e se reinventam constantemente como indivíduos e como casal, desenvolvendo uma relação genuína, com ganhos, conquistas e aprendizados profundos e sadios.

A vida de casal é, sem duvida alguma, desafiadora, como assim o é a de solteiro ou divorciado. Mas podemos encontrar, entre as angustias, medos, conflitos e dores; as alegrias, a felicidade genuína e o sentindo de vida entre os casados (e entre os não casados também!).

Mas a questão está no como e em que grau essas questões afetivas afetam você e como você tem, ou não, conseguido lidar com esses desafios. A partir de um olhar cuidadoso, sem julgamento e individualizado, o psicologo pode auxiliar você, individualmente ou enquanto casal (se você se encontra num relacionamento afetivo), a responder as questões: Casar ou não casar? Divorciar ou não divorciar? O processo de autoconhecimento, facilitado pela psicoterapia, auxilia o indivíduo a construir e a percorrer um novo caminho, uma nova forma de se relacionar ou ficar só, promovendo uma vida mais verdadeira e saudável.

*Por “casamento”/“relacionamento conjugal”, estou chamando todo e qualquer relacionamento afetivo entre duas (ou mais) pessoas que escolhem conviver juntas, compartilhando a vida, como companheiras de jornada. E isso independe de registro civil, celebração/benção religiosa ou moradia em conjunto.

Dificuldades conjugais, psicoterapia de casal, autoconhecimento e comunicação

Exemplos de relacionamentos problemáticos entre casais

Há pessoas que temem o real contato íntimo com alguém, e consigo mesmo, porque temem a vulnerabilidade diante do outro e de si próprio. Fogem dos relacionamentos e quando os têm, permanecem distantes e defendidos porque suas expectativas são que relacionar-se traz o caos, o descontrole e o desconhecido que tanto tentam evitar. Do outro lado da relação podemos encontrar, por exemplo, uma pessoa que sempre se sente rejeitada, não vista, não amada.

Há aqueles que só podem amar um parceiro ideal, não humano, só amam aquele que pode atender todas as suas necessidades, sem feri-los ou frustrá-los. Oras, esse parceiro ideal não existe e, por isso, o indivíduo passa o relacionamento todo reclamando da imperfeição do outro: “casei com uma pessoa, agora ela é outra, me enganou”. Aqui podemos encontrar um parceiro complementar com grande autocritica interna e com baixa autoestima.

Há indivíduos presos na relação que tinham com seus pais e que, justamente por isso, assumem o papel de filho ou de progenitor nas relações conjugais, revivendo, incessantemente, na relação com seu parceiro (no papel de filho ou de progenitor) a relação parental em que estão presos.

Há àqueles que buscam uma pessoa frágil e desprovida de cuidados como cônjuge porque temem serem abandonados e acreditam, mesmo sem ter consciência disso, que uma pessoa com tais características nunca os abandonaria. Então, sempre que seu cônjuge tentar se desenvolver e se fortalecer, eles irão boicotar e tentar, de todas as formas, impedi-lo, com receio de que, se forte, ele o abandonará.

Há casais que ocupam papeis rígidos de agressor e vítima e se alimentam, sem saber, um do outro, numa dinâmica doentia em que ambos, por variados motivos, não conseguem se largar ou reverter esses papeis.

Há casais presos numa dinâmica de controle exagerado. Por exemplo, um controlador que exige a presença do outro, querendo ter o parceiro sempre perto e torturando-o com suas insatisfações. E, do outro lado, o controlado, com um desejo confesso ou inconfesso, mas ambivalente de se afastar, ameaçando constantemente seu parceiro controlador que, diante dessa ameaça, aumenta seu controle.

Há casais que se interpretam erradamente e em seguida se agridem por isso.

Há casais que competem entre si e cada qual busca com todas as suas forças convencer o terapeuta de que é ele que está certo, querem ganhar a discussão… Mas eles podem aprender, no processo psicoterapêutico, que “perder” pode vir a constituir um ganho e “ganhar” vai muito além de ver o predomínio do seu ponto de vista.

Há casais de todo tipo, esses são só alguns exemplos. E os conflitos são diversos, assim como a história familiar e de vida de cada um. A terapia de casal ajuda-os no esclarecimento, na comunicação e na resolução dos conflitos.

Porque os casais tropeçam na relação conjugal, mesmo amando-se, e o papel da psicoterapia de casal

É difícil estar pronto para enfrentar os problemas relativos ao amor, pois esse exige consciência, responsabilidade, visão e previsão.

Geralmente temos certeza de que a causa das dificuldades conjugais e familiares é sempre do outro. Temos pouca ou nenhuma consciência da nossa própria responsabilidade nesse processo e esperamos que o terapeuta se torne uma testemunha dos erros do outro e um aliado nosso.

O casamento deveria ser uma relação entre dois adultos que juntos resolvem compartilhar o prazer e as dificuldades da vida. Mas o que geralmente encontramos são pessoas buscando garantias e gratificações no casamento que teriam que ter sido suprimidas na infância. Como não obtiveram isso quando crianças, ficam presas a essas necessidades não atendidas e pedem (ou exigem!) de seus parceiros aquilo que, enquanto adultos, deveriam buscar por eles mesmos.

É essencial que os parceiros ultrapassem essas exigências infantis para que a necessidade de dependência do outro abra espaço para sentimentos de autonomia e prazer pela liberdade pessoal. Ser autônomo é amadurecer psicologicamente e, a partir de então, poder construir uma relação conjugal saudável, de troca, amor e respeito.

Há vários tipos de pessoas, assim como há vários tipos de casais, de formas de se relacionar e de solucionar os problemas conjugais. Na terapia de casal, o psicologo busca conhecer, junto com os cônjuges, a dinâmica de relacionamento do casal e o que, eventualmente, está atrelada a ela.

A partir de um olhar cuidadoso, sem julgamento e individualizado, o psicologo auxilia o casal a construir e a percorrer um novo caminho, uma nova forma de se relacionar, mais verdadeira e saudável para todos.

Autoconhecimento e comunicação: fundamentais para vida conjugal

As pessoas que menos conhecem seu lado inconsciente, são as mais afetadas por ele. Tudo que atua a partir do inconsciente aparece projetado nos outros. Os outros podem não ser totalmente isentos de culpa, pois sempre projetamos nosso “filme” numa tela minimamente compatível, ou, dito de outra forma, nossa projeção sempre está presa em um gancho, por menor que ele seja, ele é oferecido por alguém (no caso, o cônjuge). Por isso é de extrema importância o autoconhecimento no processo psicoterapêutico. Um dos objetivos da psicoterapia de casal é ajudar o casal a desenvolver meios adequados para que os conteúdos inconscientes se apresentem à consciência e, assim, possam ser vistos e elaborados dentro da relação conjugal.

*Por “casamento”/“relacionamento conjugal”, estou chamando todo e qualquer relacionamento afetivo entre duas (ou mais) pessoas que escolhem conviver juntas, compartilhando a vida, como companheiras de jornada. E isso independe de registro civil, celebração/benção religiosa ou moradia em conjunto.

A importância da sexualidade e a sexualidade na vida conjugal

Na nossa cultura ocidental contemporânea, a sexualidade é uma das questões centrais e de extrema importância na vida dos casais. Precisamos olhar e falar dela, sem moralizá-la e sem biologizá-la, sem dogmatizá-la sobre o que deveria ou não ser.

No curso da história teológica judaica e cristã, a sexualidade e a reprodução se tornaram ligadas uma a outra. Até recentemente, a sexualidade só poderia ser vivida em conexão com a reprodução. É mérito das teorias freudianas a compreensão da sexualidade para além da reprodução. E foi Freud que demonstrou como todos os instintos parciais sexuais se unem no ato sexual para formar uma grande experiência.

Segundo a psicologia junguiana, a sexualidade sempre teve alguma coisa de numinoso, mágica, alguma coisa estranha e fascinante ao mesmo tempo. Podemos entender a sexualidade como algo que vai além da reprodução, do puro prazer e do relacionamento humano. A fusão sexual expressa a ponte que une, em nós, todas as compatibilidades e oposições predominantes. Até certo ponto, os parceiros amorosos completam um ao outro, e até certo ponto não estão, de forma alguma, sincronizados um ao outro. No ato de amor, toda polaridade e fragmentação do ser é superada… aí está seu fascínio e sua importância no relacionamento afetivo entre os casais.

É aconselhado que se viva no casamento os interesses sexuais compartilhados, se possível aceitando os desejos do outro, ou ao menos ouvindo-os e não os rejeitando e julgando. Isto pois, dessa forma, o casal tem a oportunidade de conhecer-se em todas as suas alturas e profundezas. Em alguns casamentos isso pode ser muito difícil.

O ideal é que um não tente fugir da sexualidade do outro, assim como não se deveria fugir do outro psicologicamente. Cada casal deve descobrir como viver a sexualidade. É um trabalho que cada um deve criar e recriar, enquanto indivíduo e enquanto casal. Não tem certo, nem errado.

Ressalta-se aqui que a “modernidade” exige que todos nós, da juventude à velhice, tenhamos uma vida sexual saudável e vigorosa. Há uma pressão social que diz que indivíduos sadios, casados ou solteiros, não podem levar uma vida assexual. Apesar de ser um pouco mais raro, há casais ou parceiros que não têm muito interesse na sexualidade. E isso não é necessariamente um problema. O problema se dá quando os parceiros divergem na importância que cada um dá à relação sexual.

Atualmente vem crescendo o número de estudos sobre a assexualidade, considerada uma orientação sexual caracterizada pela ausência de interesse por sexo, apesar do indivíduo apreciar a intimidade e o amor, envolvendo-se emocionalmente com um parceiro e, muitas vezes, desenvolvendo relações sem qualquer contato sexual.

Cada pessoa e cada casal se relaciona de uma forma singular com a sua sexualidade. E, por mais que se fale tanto em sexo pelo Brasil a fora, este tema ainda é um grande tabu. Falar da nossa sexualidade – nossos medos, desejos, incômodos, prazeres, fantasias, conforto e desconfortos etc. – com amigos, com o próprio parceiro amoroso e até com nós mesmos é, muitas vezes, extremamente difícil. Sentimentos de vergonha e inapropriação são recorrentes ao abordarmos tal tema.

Sexualidade é algo íntimo e profundo. Poder falar dela num ambiente seguro, acolhedor e sem julgamentos é extremamente importante quando algo não vai muito bem, quando algo está confuso dentro da gente, quando há divergências no casal ou quando se deseja vivê-la de forma mais completa.

A terapia de casal e a terapia individual com foco em relacionamentos afetivos pode ajudar você a entender melhor sua sexualidade, a sexualidade do casal e, se desejado, ajudar você(s) a se conectar(em) com ela de uma forma plena e prazerosa.

*Por “casamento”/“relacionamento conjugal”, estou chamando todo e qualquer relacionamento afetivo entre duas (ou mais) pessoas que escolhem conviver juntas, compartilhando a vida, como companheiras de jornada. E isso independe de registro civil, celebração/benção religiosa ou moradia em conjunto.

Os 3 momentos da vida conjugal

Paixão: a flecha do Cupido

O momento do encontro, da idealização do outro e da escolha apaixonada

Nessa primeira fase do relacionamento amoroso acreditamos que o outro certamente nos fará muito feliz (sempre!), que nós somos tudo o que ele sempre buscou e que somos tudo o que ele precisa para ser feliz. E ficamos maravilhados, com os olhos brilhando, extasiados por termos tido a sorte de nós encontrarmos. Muitas vezes, desejando ardentemente que todos do planeta também possam encontrar um parceiro e sentir a maravilha que estamos sentindo.

Nessa fase, entre suspiros e sorrisos largos, fazemos muitos planos. Tudo é mágico, fácil e possível. As diferenças individuais não contam, os defeitos não atrapalham. Apesar de, digamos assim, um pouco ingênua, essa fase é fundamental, pois facilita o encontro entre as pessoas e abre um campo fértil para vivências e trocas psicológicas ricas e profundas.

Paixão é quando encontramos alguém que, por diversos motivos, podemos preencher, como a uma tela em branco, com nossos sonhos e desejos. As expectativas envolvidas nessas fantasias, aliadas a certeza de que encontramos a pessoa perfeita, dão a falsa garantia de um sonho sem fim. Paixão é, sem dúvida, uma idealização, do outro e da relação amorosa.

Paixão é fascínio, e fascínio é, segundo Jung, “um fenômeno compulsivo, desprovido de motivação consciente, isto é, não é um processo volitivo, mas um fenômeno que surge do inconsciente e se impõe à consciência, compulsivamente”.

O castelo que desmorona

O momento de desilusão e reformulação

O desenvolvimento e a qualidade do vínculo conjugal após o momento de paixão dependem da capacidade de cada um lidar com a frustração ao perceber que o outro não corresponde completamente àquilo que foi idealizado. Dependerá também da condição psicológica dos parceiros para reestruturarem o vínculo, antes mágico, em bases mais reais e humanas.

Mas essa não é uma tarefa fácil: é muito difícil abrirmos mão dos nossos desejos e fantasias infantis de que tudo será perfeito e feliz para sempre. E, depois de abrir mão desses desejos e fantasias, ainda temos que olhar para nós mesmos, para o outro, para a relação e, a partir desse olhar real, com os pés no chão, transformar o que antes se sustentava na paixão. É a hora de construir uma relação madura, criativa e saudável para ambos.

Decepcionados e perplexos em meio aos escombros do castelo desmoronado, cada qual luta desesperadamente para restaurar as paredes do castelo, restaurar a promessa de felicidade plena e eterna, restaurar a figura idealizada do seu parceiro. Apesar da decepção, geralmente há muita esperança.

O sentimento de esperança é importantíssimo pois, se bem encaminhado, dá força e energia ao casal para a reelaboração da relação, possibilitando um encontro mais real e autêntico entre eles: é possível construir uma bela casa.

Algumas vezes, porém, os parceiros ficam atados a conteúdos e imagens inconscientes do mundo infantil, não conseguindo deixar de lado a figura idealizada do outro e continuando a buscar incessantemente satisfação imediata através dele. Eles não conseguem lidar com sua frustração, passar por ela e reformular a relação. Ao invés disso, é comum estabelecerem rapidamente um jogo perverso de um não poder dar valor ao outro ou armarem armadilhas para provar que o outro é um traidor (afinal de contas, “ele não é tudo aquilo que eu imaginei que fosse, ele mentiu para mim, me enganou”). Nessa dinâmica conjugal, o outro é sempre o bandido de quem se tem que proteger. E dormir com o inimigo é terrível.

A manutenção das idealizações do outro, mesmo quando se depara com a realidade que não lhe corresponde, leva os parceiros a serem prisioneiros de seus próprios desejos não realizados e prejudica extremamente a relação conjugal.

Salvando o casamento

O momento de sacrifício e reconstrução

Todos os caminhos para “salvação” têm uma característica em comum: o confronto com o sofrimento e com o sacrifício de algo. Vemos isso no budismo, cristianismo, judaísmo etc. Com o casamento não é diferente: é necessário olhar para ferida de cada um, levantar o tapete e se deparar com a sujeira embaixo dele, para, então, passarmos a discriminar e entender o que está acontecendo na relação. Em seguida é necessário que se sacrifique algo, que algo morra, para que um novo relacionamento, com novas bases, possa nascer. Desafiador matar a relação, mesmo disfuncional e sofrida, antes de ter-se construído uma nova forma de ser e estar juntos. O terapeuta auxilia os cônjuges nesse difícil e rico processo.

E é necessário sacrificarmos também algo em nós, da nossa personalidade, não nossa essência primordial, mas algo do nosso eu individual, para, através desse sacrifício darmos vida a um relacionamento conjugal autêntico. Porque o relacionar-se envolve um outro (ou outros) além de nós mesmos. É preciso fazer concessões, rupturas e rearranjos para que o casal possa seguir juntos.

É comum ouvirmos pessoas reclamando do seu ser casamento, dizendo serem infelizes e que desejam viver somente suas próprias vidas, serem elas próprias, se encontrarem. Mas este “ser si mesmo” é impossível, casadas ou não. Não podemos falar nossa própria e única língua, pois se cada qual falasse uma língua própria, ninguém o compreenderia e não haveria comunicação. O ser humano é um animal social, nos constituímos na interação com o outro, não existe de fato o completo “si mesmo”.

A imagem do casamento puramente feliz causa grande dano. Casamento consiste de sacrifícios, alegrias, sofrimento, constante reconstrução e, para aqueles que realmente mergulham nele, traz uma profunda satisfação existencial.

São os sobreviventes dessa “luta” que conseguem, juntos, ver o casamento como um caminho de vida, uma busca existencial, e não uma situação estereotipada de valores sociais e econômicos. Esses sobreviventes conhecem o valor do que souberam construir!

*Por “casamento”/“relacionamento conjugal”, estou chamando todo e qualquer relacionamento afetivo entre duas (ou mais) pessoas que escolhem conviver juntas, compartilhando a vida, como companheiras de jornada. E isso independe de registro civil, celebração/benção religiosa ou moradia em conjunto.

Casamento: Encontros e Desencontros – Parte 1

*Por “casamento”/“relacionamento conjugal”, estou chamando todo e qualquer relacionamento afetivo entre duas (ou mais) pessoas que escolhem conviver juntas, compartilhando a vida, como companheiras de jornada. E isso independe de registro civil, celebração/benção religiosa ou moradia em conjunto.

Poucas coisas nas nossas vidas são tão rodeadas de cerimonias religiosas, legalistas e comemorativas quanto o casamento. Somente o nascimento e a morte são tratados com a mesma seriedade. Nossa cultura valoriza, em muito e há muito tempo, o ato de casar-se.

A escolha por um parceiro no mundo contemporâneo ocidental se dá, em sua grande maioria, a partir de uma escolha romântica, geralmente motivada pelo amor e pela atração sexual. Há os casamentos arranjados ou a compra de esposas, os quais não são piores nem melhores que os “casamentos românticos”, ambos trazem desapontamentos e desafios.

E não casar é supostamente anormal na nossa sociedade. Pessoas mais velhas solteiras, ainda hoje, são, muitas vezes, descritas como problemáticas, existe um terror sobre o fato de todos terem de casar!

É importante lembrar que, segundo os estudiosos, casamento e estrutura familiar não são naturais e nem instintivos, e sim um produto artificial do esforço humano.

Pessoas diferentes, usualmente com imagens, fantasias, modelos, valores e história de vida diferentes (muitas vezes opostas), com vitalidade e força distintas, prometem uma(s) a outra(s) estarem juntas, geralmente dia e noite, por toda uma vida. Tarefa extremamente difícil!!

A jovem encantadora, simpática, leve, doce e bem humorada se torna uma matrona intoxicada pelo poder. O jovem romântico, bem resolvido e com planos sublimes para o futuro se torna um covarde irresponsável e egoísta. “E agora?”, ambos perguntam ao psicologo, “o que fazemos?”

Sofrimento, desejo de acertar e de se reconectar

No casamento muitas vezes nos sentimos abandonados, rejeitados, traídos, não olhados, não valorizados, agredidos, incompletos, angustiados, tristes, perdidos, confusos, com sentimentos dúbios, desiludidos, solitários, destruídos, sugados, submissos, agressivos, com raiva, ciúmes exagerado, ódio, desejo de vingança etc. etc. etc. São muitas as queixas dos casais. E é no avesso desses sentimentos que podemos encontrar a verdadeira busca do casal.

“Onde nos perdemos?”

“Será que realmente algum dia nos encontramos?”

“Quem é você de fato?”

“Vale a pena ficarmos juntos?”

“Nós ainda nos amamos?”

“E os nossos filhos? Devemos nos manter juntos pelo bem deles?”

Essas são perguntas comuns entre os casais que estão passando por uma crise (e também entre os que não estão em crise!). Muitos, em meio à crise conjugal, andam se buscando, pessoalmente e como casal. Às vezes essa busca se dá de forma torta e tortuosa, um trombando e machucando o outro, acusando-se mutuamente. A terapia individual e/ou a terapia de casal podem ajudá-los nesse encontro, sem tantas trombadas e machucados.

É importante que o casal perceba os jogos sombrios que fazem um com o outro, as armadilhas que criam. É importante que eles vejam, o mais precocemente possível, o que realmente os machuca, o que realmente desejam do outro. Muitas vezes queremos atenção e carinho e, ao invés de fazermos esse pedido de forma explicita (por não sabermos conscientemente o que queremos ou por não querermos mostrar nossa vulnerabilidade), acusamos nosso parceiro de ter feito algo errado. Buscamos, inconscientemente, que ele nos dê atenção e carinho… talvez possamos conseguir atenção, mas não aquela que precisamos, que é acompanhada de carinho. Ou até podemos conseguir atenção e carinho, se o parceiro for convencido de que é culpado, mas, mesmo nesse caso, o jogo sombrio se coloca e prejudica a saúde dos parceiros e da relação.

O conflito entre individualidade/liberdade versus conjugalidade/comprometimento com o outro e com a relação

Muitas pessoas sentem que quando se casam perdem sua individualidade e, quando privilegiam a individualidade, correm o risco de perder a conjugalidade. Um casamento autentico é aquele em que cada qual tem uma busca comprometida consigo mesmo, em primeiro lugar, e com o outro, enquanto se achar que vale a pena.

Mas, uma busca comprometida consigo mesmo não é, de forma alguma, o mesmo que fazer apenas nossas vontades, ignorar as do outro e não sacrificar nada do nosso modo de ser. É possível desenvolver a nossa personalidade individual e, ao mesmo tempo, construir, junto com o parceiro, um casamento saudável. São os sobreviventes dessa “luta” entre o individual e o coletivo que conseguem, juntos, ver o casamento como um caminho de vida, uma busca existencial, e não uma situação estereotipada de valores sociais e econômicos. Esses sobreviventes conhecem o valor do que souberam construir!

Continue lendo a segunda parte deste artigo >> Casamento, encontros e desencontros – parte 2

Casamento: Encontros e Desencontros – Parte 2

A Origem dos conflitos

Os conflitos conjugais podem ter origem na própria relação, sendo desencadeados por situações mais ou menos recentes, como fatores de ordem econômica, mortes, doenças ou da modificação natural das personalidades de cada um, antes o casal podia ter um sonho em comum, depois os interesses podem ter mudado, e cada qual querer caminhar em direções opostas. Por exemplo, um casal podia ter como sonho em comum casar, constituir uma família, comprar uma casa própria ou viajar pelo mundo; depois de realizado esse sonho e de decorrido alguns anos, talvez um deles esteja buscando uma vida espiritual e o outro, em contrapartida queira investir tempo e dedicação em um empreendimento para ganhar muito dinheiro… essa divergência, esses sonhos não compartilhados, podem gerar um conflito na relação.

Os conflitos conjugais também podem estar relacionados com feridas antigas, provenientes de sofrimentos de quando crianças (ou mesmo bebes), de traumas e/ou de experiencias mal elaboradas de relacionamentos anteriores. Podemos nos tornar altamente sensíveis e/ou tiranos quando tocados nas nossas feridas mais antigas.

É necessário discriminar a origem do sofrimento atual, a sua raiz. Muitas vezes o casamento, através do desenvolvimento da dependência mutua dos parceiros, reinstala, em graus variados, ansiedades, medos e uma enorme gama de emoções relacionadas a esse passado não bem resolvido. Um homem que foi abandonado ou sentiu-se pouco cuidado pela mãe, por exemplo, pode ser tocado nessa ferida sempre que sua mulher quiser sair sozinha com as amigas: ele, inconscientemente tomado pela angustia do abandono/não cuidado do passado, projeta na mulher alguém que o está abandonando/não cuidando dele, não conseguindo ver que ela está, ao menos nesse caso, apenas fazendo um programa com as amigas (e não abandonando ele). Quando trazemos isso para consciência, podemos trabalhar e transformar a forma de vermos a relação, nós mesmos e nosso parceiro.

Amar é dar ou receber? Adultos ou bebês?

Geralmente encontramos casais em que cada um quer receber mais, e acha que já dá o suficiente. Como diz a psicoterapeuta de casais Gilda Montoro, “na teoria, amar é dar; na prática – o funcionamento do nosso piloto automático inconsciente, amar é receber.”

Um dos motivos disso acontecer é por persistir, na consciência coletiva da conjugalidade ocidental moderna, o desejo saudoso de ocupar o lugar de filho(a) – amado(a) incondicionalmente – e projetar no cônjuge uma mãe perfeita, que nutre completamente o parceiro(a) de coisas boas e remove as coisas ruins do dia-a-dia. Ou seja, espera-se que o outro dê suporte emocional, atenda nossas necessidades físicas, entenda nossos pontos de vista, traga alegria quando estivermos tristes, não nos deixe ficar com raiva etc. E, ao mesmo tempo, sentimos que o simples fato de existirmos para ele já é suficiente ou, dito de outra forma, “eu já faço tanto por ele, já abdico de tantas coisas pela relação”.

É importante que cada indivíduo faça a “passagem” de filho(a) para adulto. Desta forma eles podem, juntos, construir uma relação conjugal baseada no respeito mútuo; abrindo espaço para cada um desenvolver seu próprio potencial e criando uma troca saudável e criativa entre ambos.

Projeção: quando jogamos no parceiro nosso lado desconhecido

O parceiro projeta no seu amado muito daquilo que é seu, do seu interior, da sua sombra. Ele projeta aquilo que não consegue ver em si mesmo, aquilo que está, naquele momento, inconsciente, inacessível à sua consciência. E, assim, o amado recebe as projeções, dos anjos e dos demônios internos do parceiro, impactando profundamente a relação. Lembrando que essas projeções são de mão dupla, um sempre projeta no outro o que não consegue ver em si mesmo. Por isso Jung nos diz que nosso cônjuge é nosso espelho.

Geralmente o cônjuge que carrega a imagem projetada acaba sendo levado de um extremo ao outro: em alguns momentos é supervalorizado, noutros, subvalorizado; e, como consequência, a realidade humana dele fica distorcida. Muitas vezes, um aspecto da nossa personalidade que não suportamos em nós mesmos é projetado no outro e, ao vermos essa parte tão “feia” e “repulsiva” no cônjuge, acabamos por atacá-lo.

Por exemplo, uma mulher que tem um lado egoísta extremamente reprimido (por ter aprendido com os pais que esta não é uma característica bem quista e que pode ser punida se assim for) pode projetar esse aspecto no seu marido e ver, em todos os atos dele, algo de egoísta, passando a acusá-lo diariamente: “você não lavou o meu prato porque só pensa em você!”, quando o marido não lavou o prato por estar atrasado para pegar os filhos na escola. Esse marido pode ou não ser muito egoísta, um pouco egoísta todos nós somos. Muitas vezes, ao receber tamanha projeção (ouvir todos os dias que é egoísta) ele pode chegar a acreditar que realmente o é. E, a mulher, realmente acredita que ele seja extremamente egoísta, não desconfiando que, muito desse egoísmo que vê nele, é seu, uma projeção do seu lado egoísta reprimido e inconsciente.

As projeções podem exercer tamanho domínio sobre a personalidade de quem as recebe, que, nesse caso, por exemplo, o marido pode ser levado a corresponder inconscientemente a essas projeções, tendo cada vez mais atitudes egoístas a fim de “atender” a expectativa (também inconsciente) da esposa.

A força da imagem projetada tem efeito perturbador, tanto para o individuo que faz a projeção quanto para aquele que recebe. O caminho que essa projeção percorrerá no casamento é que determinará uma evolução criativa ou não para a relação.

Quando as projeções são maciças e o casal tem pouco autoconhecimento, os parceiros ficam fechados às possibilidades de descobrir e sentir quem eles realmente são para eles mesmos e para o outro. Nesses casos, a terapia de casal pode ser fundamental para o casal, ajudando-os a discriminar o que é projeção e o que é realidade, o que é de um, o que é do outro; promovendo, assim, autoconsciência, clareza na relação e amenizando os conflitos.

Casamento ideal versus casamento real: quando a imagem do casamento perfeito atrapalha

Esperamos muito do Casamento. Exigimos que ele nos preencha completamente, buscamos encontrar o sentido das nossas vidas no casamento. Antigamente, era mais comum buscarmos esse preenchimento, esse sentido de vida, na religião, na maternidade, na família, no trabalho, na meditação etc. e não só no casamento. Esperar tanto do casamento pode agravar os problemas conjugais, já que as expectativas colocadas nele são impossíveis de serem realizadas.

A imagem do casamento puramente feliz causa grande dano. Casamento consiste de sacrifícios, alegrias, sofrimento, constante reconstrução e, para aqueles que realmente mergulham nele, traz uma profunda satisfação existencial.

*Por “casamento”/“relacionamento conjugal”, estou chamando todo e qualquer relacionamento afetivo entre duas (ou mais) pessoas que escolhem conviver juntas, compartilhando a vida, como companheiras de jornada. E isso independe de registro civil, celebração/benção religiosa ou moradia em conjunto.

Como Lidar com as Dificuldades Conjugais

dificuldades-conjugais

Se a convivência entre dois irmãos criados pela mesma família, com a mesma educação, com os mesmos hábitos e com a mesma cultura pode ser algo conflitante, o que acontece quando reunimos duas personalidades com histórias de vida, hábitos, educação e cultura diferentes?

De forma geral, assim é composto o casamento: pela diversidade. Mesmo aqueles que possuem a mesma classe social, etnia, religião, ideologias etc. podem divergir em vários aspectos que permeiam a vida.

Podemos afirmar que a maioria dos casamentos entra em crise quando um casal não consegue chegar a um consenso sobre as decisões que precisam ser tomadas ou por não saberem lidar com percepções de mundos diferentes.

Porém, se pensarmos que a visão diferente de mundo que cada pessoa tem é motivo suficiente para não criar laços ou até mesmo para rompê-los, será impossível conviver em sociedade e estabelecer relações.

Neste artigo, apresento para você um caminho que pode ser percorrido também pelo seu parceiro para que juntos vocês consigam lidar com as dificuldades do relacionamento.

Conheça a si mesmo

Em situações conflituosas, geralmente perdemos a noção de quem somos e agimos de acordo com a situação. Num relacionamento como um casamento ou união estável, é fundamental saber quem você é, a sua essência, e não renunciar a isso, para que você não atinja o auge da sua angústia e intolerância.

Cada um pode ter um modo de se encontrar e de se conhecer: seja iniciando um curso ou hobby, escrevendo sobre o que sente ou, claro, fazendo terapia, entre várias outras opções.

Conheça o seu par

Comumente é dito que “ninguém conhece ninguém”, mas isso não é uma verdade absoluta. Quando menciono que você precisa conhecer o seu parceiro ou a sua parceira, estou afirmando que você pode saber, ou buscar saber aquilo que o irrita, que o deixa feliz, que incomoda, que dá prazer e quais são os hábitos e necessidades dele.Por que não considerar as informações adquiridas no tempo de convivência para tentar ter uma relação mais saudável? Dá para evitar o que pode ser motivo de uma briga? Por que não fazer o que pode deixar a outra pessoa feliz?

Escute antes de julgar

Em qualquer relação, escutar é algo fundamental para entender e evitar conflitos. A escuta com atenção evita brigas, mal-entendidos e reações desnecessárias.

Escutar não é somente ouvir o que seu par está falando, mas também ouvir os questionamentos que surgem na sua mente e que você não sabe a resposta. Se a resposta das suas dúvidas envolve a sua relação, pergunte! Escute antes de criar um julgamento de situações em que você é apenas uma parte do todo.

Dar espaço apenas para as conclusões que você chega sozinho, sem conversar, pode apenas dar espaço para o desespero e para conflitos internos. Nesse caso você exclui o outro da relação, impossibilitando que vocês construam ou reestruturem juntos seus vínculos afetivos como um casal.

E, lembre-se, escutar também não é apenas ouvir o que o outro está dizendo para você poder se defender melhor do que, geralmente, considera acusações contra você.

Divirtam-se juntos

Acordar, fazer café, preparar o almoço, cuidar da casa, sair para trabalhar, pegar engarrafamento e todas as outras coisas que fazem parte da rotina podem ser atividades compartilhadas de forma gostosa e enriquecedora, ou podem se tornar desgastantes para a relação. Se a segunda opção é a mais frequente, é importante que o casal ultrapasse o estresse do dia a dia. Aqui, uma sugestão é que vocês façam programas diferentes, buscando divertirem-se juntos.

O que o casal gosta de fazer? Se um prefere praia e o outo cinema, vocês podem estabelecer quem escolhe a programação da semana ou podem encontrar algo que agrade aos dois. Experimentem fazer algo novo! Qual foi a última vez que vocês fizeram algo diferente juntos? Inove!

Troca de carinhos e vida sexual

No início do relacionamento são comuns abraços, beijos e carinhos, porém, depois de um tempo de convivência, em alguns relacionamentos, a demonstração de afeto se torna a última das coisas que acontece entre o casal.

Por que isso acontece?

O declínio da paixão inicial, a rotina desgastante e as frustrações frente ao ser amado (que em algum momento descobrimos não ser aquele ser humano que idealizávamos) podem ser os principais motivos. As brigas começam e, muitas vezes, ocorre o afastamento dos corpos. Então, o que sugiro para o casal é tentar não perder o lado bom da intimidade: se sentir amado pelo toque.

Para maioria das pessoas o toque é fundamental num relacionamento e a psicoterapia (individual ou de casal) ajuda os parceiros a redescobrirem a possibilidade e a delícia do afeto tátil (sensual, sexual e de “aconchego”), mesmo quando tudo parece perdido.

A melhor amiga do casal: a terapia

Todas as dicas citadas anteriormente são fundamentais para enfrentar as dificuldades, mas não se pode deixar de considerar a ajuda que alguém especializado em relações humanas pode dar.

Desabafar com amigos, familiares ou colegas de trabalho sobre os problemas que você passa na sua relação pode levar a um alívio momentâneo, ajudar a elaborar uma questão ou, em outras situações pode deixa-lo mais confuso, angustiado e excessivamente exposto.

Para uma melhor e mais profunda compreensão do que está acontecendo na relação, o mais indicado é buscar uma psicoterapia, pois o psicólogo é capaz de ajudá-lo a fazer uma reflexão ampla de quem você é, de quem é o seu parceiro, de quem vocês são juntos e dos fatores inconscientes que estão influenciando a relação.

O terapeuta é alguém que escuta sem julgamentos e está ali com um único propósito: encontrar, junto com o casal, o que está adoecendo a relação e como lidar com esta.

Com o auxílio desse profissional, caberá a vocês dar pequenos passos para alcançar uma relação equilibrada e feliz, conseguindo enfrentar de forma satisfatória as dificuldades da vida a dois.