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Yara Kilsztajn

Psicóloga Junguiana, especialista em Psicoterapia Corporal e Orientação Vocacional/Profissional.

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Casamento: Encontros e Desencontros – Parte 1

*Por “casamento”/“relacionamento conjugal”, estou chamando todo e qualquer relacionamento afetivo entre duas (ou mais) pessoas que escolhem conviver juntas, compartilhando a vida, como companheiras de jornada. E isso independe de registro civil, celebração/benção religiosa ou moradia em conjunto.

Poucas coisas nas nossas vidas são tão rodeadas de cerimonias religiosas, legalistas e comemorativas quanto o casamento. Somente o nascimento e a morte são tratados com a mesma seriedade. Nossa cultura valoriza, em muito e há muito tempo, o ato de casar-se.

A escolha por um parceiro no mundo contemporâneo ocidental se dá, em sua grande maioria, a partir de uma escolha romântica, geralmente motivada pelo amor e pela atração sexual. Há os casamentos arranjados ou a compra de esposas, os quais não são piores nem melhores que os “casamentos românticos”, ambos trazem desapontamentos e desafios.

E não casar é supostamente anormal na nossa sociedade. Pessoas mais velhas solteiras, ainda hoje, são, muitas vezes, descritas como problemáticas, existe um terror sobre o fato de todos terem de casar!

É importante lembrar que, segundo os estudiosos, casamento e estrutura familiar não são naturais e nem instintivos, e sim um produto artificial do esforço humano.

Pessoas diferentes, usualmente com imagens, fantasias, modelos, valores e história de vida diferentes (muitas vezes opostas), com vitalidade e força distintas, prometem uma(s) a outra(s) estarem juntas, geralmente dia e noite, por toda uma vida. Tarefa extremamente difícil!!

A jovem encantadora, simpática, leve, doce e bem humorada se torna uma matrona intoxicada pelo poder. O jovem romântico, bem resolvido e com planos sublimes para o futuro se torna um covarde irresponsável e egoísta. “E agora?”, ambos perguntam ao psicologo, “o que fazemos?”

Sofrimento, desejo de acertar e de se reconectar

No casamento muitas vezes nos sentimos abandonados, rejeitados, traídos, não olhados, não valorizados, agredidos, incompletos, angustiados, tristes, perdidos, confusos, com sentimentos dúbios, desiludidos, solitários, destruídos, sugados, submissos, agressivos, com raiva, ciúmes exagerado, ódio, desejo de vingança etc. etc. etc. São muitas as queixas dos casais. E é no avesso desses sentimentos que podemos encontrar a verdadeira busca do casal.

“Onde nos perdemos?”

“Será que realmente algum dia nos encontramos?”

“Quem é você de fato?”

“Vale a pena ficarmos juntos?”

“Nós ainda nos amamos?”

“E os nossos filhos? Devemos nos manter juntos pelo bem deles?”

Essas são perguntas comuns entre os casais que estão passando por uma crise (e também entre os que não estão em crise!). Muitos, em meio à crise conjugal, andam se buscando, pessoalmente e como casal. Às vezes essa busca se dá de forma torta e tortuosa, um trombando e machucando o outro, acusando-se mutuamente. A terapia individual e/ou a terapia de casal podem ajudá-los nesse encontro, sem tantas trombadas e machucados.

É importante que o casal perceba os jogos sombrios que fazem um com o outro, as armadilhas que criam. É importante que eles vejam, o mais precocemente possível, o que realmente os machuca, o que realmente desejam do outro. Muitas vezes queremos atenção e carinho e, ao invés de fazermos esse pedido de forma explicita (por não sabermos conscientemente o que queremos ou por não querermos mostrar nossa vulnerabilidade), acusamos nosso parceiro de ter feito algo errado. Buscamos, inconscientemente, que ele nos dê atenção e carinho… talvez possamos conseguir atenção, mas não aquela que precisamos, que é acompanhada de carinho. Ou até podemos conseguir atenção e carinho, se o parceiro for convencido de que é culpado, mas, mesmo nesse caso, o jogo sombrio se coloca e prejudica a saúde dos parceiros e da relação.

O conflito entre individualidade/liberdade versus conjugalidade/comprometimento com o outro e com a relação

Muitas pessoas sentem que quando se casam perdem sua individualidade e, quando privilegiam a individualidade, correm o risco de perder a conjugalidade. Um casamento autentico é aquele em que cada qual tem uma busca comprometida consigo mesmo, em primeiro lugar, e com o outro, enquanto se achar que vale a pena.

Mas, uma busca comprometida consigo mesmo não é, de forma alguma, o mesmo que fazer apenas nossas vontades, ignorar as do outro e não sacrificar nada do nosso modo de ser. É possível desenvolver a nossa personalidade individual e, ao mesmo tempo, construir, junto com o parceiro, um casamento saudável. São os sobreviventes dessa “luta” entre o individual e o coletivo que conseguem, juntos, ver o casamento como um caminho de vida, uma busca existencial, e não uma situação estereotipada de valores sociais e econômicos. Esses sobreviventes conhecem o valor do que souberam construir!

Continue lendo a segunda parte deste artigo >> Casamento, encontros e desencontros – parte 2

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